terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poluição por agrotóxicos

Hoje é dia de lembrar que é preciso controlar esse veneno agrícola

Os defensivos agrícolas, ao contrário de outras datas, têm um dia específico para lembrar a importância de controlar o seu uso, já que este veneno polui a terra, a água, as plantas e, em última instância, os seres vivos (inclua-se aqui, o homem). É por isso que hoje, 11 de janeiro, é chamado de Dia de Controle da Poluição por Agrotóxicos.
Atualmente o uso de agrotóxicos representa uma das maiores fontes de poluição ambiental no Brasil. E segundo o Centro de Estudos Ambientais, “não há motivo para comemorar o controle da poluição por agrotóxicos, mas sim para refletir sobre o uso indiscriminado”. Em outras palavras, se o benefício que ele “supostamente” traz compensa os impactos que causa. 
Sabe-se que ao homem, os impactos do manuseio dos agrotóxicos indicam que mesmo com a utilização dos EPIs (equipamentos apropriados a isso), a aplicação não é segura. Que dirá aos animais infinitamente menores... Uma pesquisa realizada por Roberta Cornélio Ferreira Nocelli, da Universidade Federal de São Carlos (SP), alerta que o uso de agrotóxicos pode ser extremamente prejudicial para os polinizadores. Dependendo do pesticida usado, apenas 81 nanogramas são suficientes para matar uma abelha. 
Até em função disso, a pesquisadora defende a revisão da lei que regula a liberação de produtos químicos para o mercado. Hoje, segundo ela, todo agrotóxico para ser liberado precisa ter avaliado o seu efeito em abelha. “Acontece que esse teste é feito somente com um tipo deste inseto. O ideal é que ele seja realizado com outras espécies, inclusive com abelhas nativas”, explica.
História de longa data 
A utilização dos pesticidas na agricultura começou na década de 20. Durante a 2ª Guerra Mundial eles chegaram a ser utilizados como arma química. No Brasil, infelizmente, a utilização em larga escala de agrotóxicos veio do Plano Nacional de Desenvolvimento, de 1975, que forçava os agricultores a comprar os venenos através do crédito rural. Para cada financiamento havia uma cota de agrotóxicos. 
Resultado: recentemente o Brasil atingiu uma liderança da qual não há que se ter orgulho: é o País que mais consome agrotóxicos no planeta. E o que se vê como saldo disso é o aumento da contaminação ambiental, com prejuízos para a saúde de agricultores e de consumidores. 
Faz-se mais que urgente mudar o formato tecnológico que hoje impera, de forma a proporcionar condições de sustentabilidade à agricultura. Para isso é necessário o fortalecimento de políticas públicas de apoio a uma agricultura menos impactante e a geração de novas tecnologias (que não só contribuam para o aumento da rentabilidade, mas que também leve em conta a superação de problemas ambientais). 
No cerne da questão dos agrotóxicos está o paradigma de que a praga é um inimigo que precisa ser destruído. Mas na verdade, a praga é um indicador biológico. Se há praga é porque alguma coisa está errada. A agricultura biológica, com a sua proposta holística, leva em consideração aspectos fundamentais como a saúde do solo, a rotação de cultivos, consorciações, o que contribui para uma boa nutrição da plantas. Assim, ela fortalecida não favorece o crescimento das pragas. Tai uma coisa para refletir neste dia.


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